Você acredita em Premonições?

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Você acredita em premonições?

Que tal ler um conto de terror e suspense sobre Premonições. Você está preparado? Então, vamos lá.

Premonições

Tudo começou com um sonho ruim.

Sozinho eu esperava o ônibus em frente á minha casa, foi quando um carro desgovernado me atropelou. Um segundo depois eu já conseguia passear pela rua, usava muletas e olhava horrorizado para minha perna direita terminando logo abaixo do joelho. Entristecido eu pensava que nunca mais poderia sair por aí caminhado sem rumo como tanto gostava.

Porém, minha tristeza transformou-se em medo quando encontrei uma garotinha em uma rua vazia não muito longe dali. Ela estava de cabeça baixa e seu cabelo cobria seu rosto, de pé sobre uma pedra circular a menina nem se mexia e não parecia se incomodar com o sol forte. Não sei dizer por que tinha medo dela, mas o meu pavor aumentava a cada momento em que eu, repetidas vezes, passava pela mesma rua e ainda encontrava a menina quieta no mesmo lugar.

Acordei. Suado e amedrontado eu afastei o cobertor e conferi minhas pernas, o alívio foi imenso ao perceber que elas estavam em perfeito estado.

Eu já tivera pesadelos mais assustadores e que desapareceram da minha mente assim que a realidade me chamou de volta, porém aquele sonho foi diferente; não consegui esquecê-lo e o pavor e a tristeza continuaram comigo como se aquelas imagens confusas não fossem um sonho e sim uma lembrança.

Continuei pensando em minha perna incompleta e isso alterou o meu comportamento durante todo o dia; meus passos foram mais cautelosos e eu me assustava a cada carro que passava um pouco mais perto. Tentei manter minha perna direita a salvo de todas as maneiras.

– Estou um pouco perturbado hoje – Eu disse a mim mesmo quando voltei para casa após um dia no trabalho sem que nada anormal acontecesse.

Foi na manhã seguinte que uma notícia inesperada me causou calafrios: uma prima muito querida havia sofrido um acidente e naquele momento passava por uma cirurgia correndo o risco de perder a perna.

– Que coincidência estranha – eu pensei.

Mas minha prima se recuperou e o acidente não causou nenhuma sequela além de uma cicatriz horrível.

Três semanas depois veio outro sonho.

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Premonições – Reprodução

Eu voltava do trabalho à noite, já estava em uma rua próxima à minha casa quando dois garotos armados me assaltaram. Acordei.

Este sonho também não me saiu da cabeça durante todo o dia. Decidi que se eu precisasse fazer hora extra e fosse embora à noite iria evitar aquela rua.

Contudo quando o expediente terminou ainda era dia; mas eu ainda tinha medo. Não mudei o meu caminho, porém quando cheguei à rua aonde os bandidos me abordaram olhei da esquina avaliando se seria seguro avançar. Um homem estava vindo, mas eu o conhecia; era o meu vizinho e ele me cumprimentou quando passou por mim. Eu desci a rua, caminhei depressa longe de me sentir seguro.

O dia terminou sem que nada acontecesse, mas na manhã seguinte…

Acordei ouvindo vozes e ao chegar à varanda encontrei meu vizinho contando aos meus pais como havia sido abordado por dois bandidos armados no momento em que chegava em casa na noite anterior.

Coincidência? Outra vez?

Para completar essa loucura, algumas semanas depois tive um sonho confuso com um acidente de carro e, assim como ocorreu nas vezes anteriores, não consegui tirar o sonho da cabeça e passei o dia seguinte totalmente perturbado.

Quando veio um novo amanhecer, fiquei sabendo que meus primos que moravam em uma cidade vizinha tinham sofrido um acidente durante a noite. Felizmente nenhum deles teve ferimento muito graves, mas aquela perturbadora sequência de sonhos que se tornavam parcialmente verdade me deixavam muito preocupado.

Eu não acredito em premonições, acho horrível a ideia de que tudo o que acontece conosco já pode estar definido, no entanto, confesso que não tenho dormido muito. Tenho medo de sonhar.

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Sou formado em Letras portuguê/inglês e sempre tive a escrita como minha grande paixão. Já escrevi diversos contos, crônicas e romances e sonho em me tornar um escritor reconhecido. Encontrei na profissão de redator uma forma de me aproximar ainda mais da escrita e aprimorar minhas habilidades. Estou trabalhando exclusivamente como freelancer há 4 anos e já escrevi textos sobre os mais diversos assuntos para sites variados. Também trabalho como professor de português para estrangeiros e tradutor.