Evangelho de Sangue: o livro que apresentou o PinHead e deu origem a saga Hellraiser

Evangelho de sangue
Evangelho de sangue - Reprodução

Do diretor Clive Barker, Evangelho de Sangue traz à tona uma história envolta por misticismo, violência e horror, capaz de atrair e horrorizar os amantes de livros de terror. Desse modo, apresenta os cenobitas, seres infernais convocados por um quebra cabeça mágico, famosos pelo longa-metragem Hellraiser.

Dentre os mais memoráveis, temos o PinHead (Cabeça de pinos), com um visual assustador e, ao mesmo tempo, hipnótico, criado com efeitos de maquiagem que surpreenderam os espectadores do primeiro filme de terror da franquia.

Neste artigo você encontra um guia completo a respeito da história do livro e sua relação com os filmes. Confira!

História do “Evangelho de Sangue” de Clive Barker

História do “Evangelho de Sangue” de Clive Barker
História do “Evangelho de Sangue” de Clive Barker – Reprodução

Inicialmente, o Evangelho de sangue se deu como uma coleção de contos de horror escrita por Clive Barker e publicada pela primeira vez em 1984. Na época, a série era composta por seis volumes, cada um contendo várias histórias curtas.

Com título original “The Hellbound Heart”, a história por trás dos livros mergulha os leitores em um universo sombrio. Nele, desejos proibidos desencadeiam horrores inimagináveis.

A trama se inicia com Frank Cotton, um homem obcecado por prazeres extremos e experiências além dos limites convencionais. Em sua busca por sensações mais intensas, ele adquire um enigmático objeto, conhecido como Lament Configuration (configuração do lamento), um cubo intrincado que promete abrir portais para dimensões além da compreensão humana.

Ao manipular o cubo, Frank invoca os Cenobitas, entidades extradimensionais que transcendem as noções convencionais de prazer e dor. A partir daí, o protagonista entra numa enrascada.

Os antagonistas são os Cenobitas, seres perversos, liderados pelo enigmático Pinhead, e que aparecem como criaturas modificadas, meio humanas, meio monstros.

O protagonista, em sua busca por experiências extremas, encontra-se aprisionado em um jogo perverso com os Cenobitas, desafiando as fronteiras entre êxtase e sofrimento. A trama se desenrola em uma narrativa intensa, explorando a psicologia dos personagens e os aspectos mais sombrios da natureza humana.

Diferenças entre os livros de Evangelho de Sangue e Hellraiser

Apesar de captar os principais elementos do livro Evangelho de Sangue de Barker, o filme Hellraiser simplifica os personagens da narrativa, visto que o livro tem mais liberdade para trabalhar o seu background.

Detalhes da mitologia, que envolve os cenobitas, também foram limitados, como a origem, as motivações e a relação das criaturas com a “Lament Configuration”. Isso porque as personalidades dos Cenobitas, especialmente do Pinhead, são mais distintas e complexas no livro. Nele, existem diálogos que revelam nuances em suas atitudes em relação aos humanos. Desse modo, ambas as versões oferecem contribuições únicas para a mitologia criada por Clive Barker, cada uma cativando o público de sua maneira.

Barker é conhecido por sua prosa descritiva e atmosférica, criando um ambiente profundamente imersivo para “Evangelho de sangue”. Assim, embora “Hellraiser” seja elogiado por sua atmosfera única, a experiência sensorial do livro tende a ser mais apavorante, devido às limitações do meio cinematográfico.

5 motivos para ler “Evangelho de sangue”

5 motivos para ler “Evangelho de sangue”
5 motivos para ler “Evangelho de sangue” – Reprodução

O Evangelho de Sangue apresenta uma edição atualizada, que reúne os contos da novela escrita por Barker, dando maior profundidade e organizando o universo em um só lugar. Nesse sentido, a publicação de 2015 conta com uma capa incrível e ilustrações caprichadas, numa edição de 320 páginas da DarkSide.

1. Conclusão Épica da Saga Pinhead

O Evangelho de Sangue reúne elementos da aclamada saga que teve início com Hellraiser – Renascido do Inferno, proporcionando aos leitores a oportunidade de testemunhar o desfecho das narrativas envolventes que giram em torno do icônico personagem Pinhead. Para os fãs da série, é a chance de encerrar uma jornada que perdurou por trinta anos.

2. Reconexão com Personagens Icônicos

O livro traz de volta dois personagens marcantes – Harry D’Amour e Pinhead. Assim, a interação entre esses personagens, meticulosamente construída por Clive Barker, promete uma batalha entre o bem e o mal, carregada de criatividade, humor e a profundidade que tornou esses personagens verdadeiramente inesquecíveis.

3. Exploração da Mitologia de Hellraiser e do Inferno Bíblico

Clive Barker expande o universo dos Cenobitas, ao conectar a mitologia de Hellraiser ao Inferno bíblico. Assim, oferece aos leitores uma perspectiva mais profunda e enriquecedora sobre a mitologia da narrativa.

4. Estilo Narrativo Poderoso de Clive Barker

O autor, conhecido como mestre inquestionável do gênero de terror, retoma sua poderosa voz narrativa, garantindo que o Evangelho de Sangue seja uma experiência envolvente e visceral. Seu estilo sombrio, sangrento e brutal cria um épico do terror que cativa os leitores do início ao fim.

5. Recomendação de Stephen King

O selo de aprovação do renomado autor Stephen King, que em 1986 declarou após ler Hellraiser: “Eu vi o futuro do terror, seu nome é Clive Barker.” Esta recomendação por si só destaca a importância e a qualidade da obra de Barker, proporcionando aos leitores a confiança de que estão prestes a mergulhar em uma experiência literária excepcional.

Inspirado em “Evangelho de sangue” Hellraiser: Renascido do Inferno fez sucesso entre o público em 2022

Produzido pela Hulu, o novo Hellraiser traz fôlego para a franquia inspirada em “Evangelho de Sangue”, apresentando uma abordagem renovada, mas mantendo o poder e a celebração da mitologia dos Cenobitas, enquanto o torna atraente para novos espectadores.

Sob a direção de David Bruckner, conhecido por seu trabalho em “A Casa Sombria” e “O Ritual”, o filme foca na essência da mitologia, oferecendo uma experiência visualmente impressionante e intensa.

O roteiro, desenvolvido pela dupla Ben Collins, Luke Piotrowski, e o experiente David S. Goyer, equilibra suspense, emoção e reviravoltas surpreendentes, garantindo uma narrativa coesa e envolvente.

A trama introduz a personagem Riley (interpretada por Odessa A´zion), cuja jornada de superação dos vícios em drogas se entrelaça com o perigoso mundo dos Cenobitas. Quando ela e seus amigos descobrem uma enigmática caixa, inadvertidamente liberam forças além da compreensão humana.

Uma “mineirinha” formada em Letras, que ama escrever sobre literatura e redes sociais, trabalha com educação informal de jovens e adultos e produz artigos para sites e blogs.