Ari Aster: o misterioso e genial diretor de “Hereditário”

Ari Aster
Ari Aster - Reprodução

Com uma visão de mundo diferente, Ari Aster trouxe para os cinemas de horror frescor e novas possibilidades. Mesmo com uma vida muito discreta no caráter pessoal, o diretor é aclamado pela crítica por chocar e causar profundas reflexões em suas longas-metragens, como o popular “Hereditário”, que foca nas relações familiares e suas camadas perturbadoras.

Para aqueles que querem saber um pouco mais sobre a trajetória do cineasta ou algumas opções de filmes dele para assistir, criamos esse artigo. Desse modo, você descobre o que o tornou tão famoso. Confira!

Quem é Ari Aster?

Quem é Ari Aster
Quem é Ari Aster – Reprodução

Ari Aster é um roteirista e diretor de cinema dos Estados Unidos que se tornou conhecido por sua contribuição aos filmes de terror contemporâneos. Ele nasceu em 15 de julho de 1986, na cidade de Nova York.

O trabalho mais emblemático da carreira do diretor veio em 2018, quando ele lançou o filme Hereditário. Na época ele foi aclamado tanto pelos fãs de terror quanto pela crítica especializada. Nesse sentido, “Hereditário” ficou conhecido por suas reviravoltas chocantes, atmosfera sombria e performances impressionantes, especialmente a da atriz Toni Collette.

No ano seguinte, Ari Aster dirigiu outro filme prestigiado, “Midsommar”, que também recebeu atenção da crítica e foi elogiado por sua originalidade e abordagem única do gênero de terror. Em resumo, o filme se passa durante um festival de verão na Suécia e explora temas de relacionamentos e ritualismo.

Tudo isso levou Aster a ser conhecido por suas narrativas complexas, visuais marcantes e atmosferas densas, elevando seus filmes a um nível mais intelectual e perturbador. Contudo, antes de se aventurar no cinema de longa-metragem, Aster dirigiu alguns curtas, como “The Strange Thing About the Johnsons” (2011), que também abordou temas desconfortáveis de uma maneira única.

Qual é a relevância de Ari Aster no cenário cinematográfico contemporâneo?

Ari Aster trouxe uma abordagem inovadora ao gênero de terror, muitas vezes caracterizado por clichês e fórmulas previsíveis. Nesse sentido, seus filmes, como “Hereditário” e “Midsommar”, foram elogiados por quebrar convenções e oferecer experiências cinematográficas distintas e provocativas.

O diretor também ficou conhecido por explorar temas psicológicos profundos em seus filmes, mergulhando nas complexidades das relações familiares, o impacto da perda e a fragilidade da psique humana. Essa abordagem mais profunda e psicológica atraiu tanto fãs de cinema quanto críticos.

Os filmes de Ari Aster não apenas se destacaram no meio cinematográfico, mas também tiveram impacto na cultura popular. Assim, cenas icônicas de “Hereditário”, por exemplo, tornaram-se elementos de discussão e até mesmo memes na internet, mostrando como seu trabalho transcende o cinema e entra na consciência coletiva.

Como a experiência de vida de Ari Aster influenciou o seu trabalho?

Aster já compartilhou em entrevistas que suas experiências pessoais, como a perda de entes queridos e questões familiares, tiveram impacto em seu trabalho. “Hereditário”, por exemplo, explora temas de luto, trauma e dinâmicas familiares disfuncionais, sugerindo que suas próprias vivências podem ter contribuído para a intensidade emocional e a complexidade psicológica presentes no filme.

Além disso, a escolha de Aster em se aventurar no terror, um gênero que muitas vezes reflete medos e ansiedades sociais mais amplos, pode ser uma expressão artística de suas próprias reflexões e inquietações.

Apesar de muito criativo, o diretor é recluso e não costuma compartilhar muitas informações pessoais com o grande público, por isso sabemos pouco a respeito dos elementos psicológico e emocional que ele explora e tem base em si próprio.

Quais são os filmes mais significativos dirigidos por Ari Aster?

Quais são os filmes mais significativos dirigidos por Ari Aster
Quais são os filmes mais significativos dirigidos por Ari Aster – Reprodução

1. “Hereditário” (2018)

“Hereditário” é um filme de terror psicológico que segue a vida da família Graham após a morte da avó, Ellen. Quando a mãe, Annie (interpretada por Toni Collette), começa a desvendar segredos sombrios sobre a história de sua mãe, a família é envolvida em eventos perturbadores e inexplicáveis.

O filme explora temas de hereditariedade, trauma e perda, mergulhando nas complexidades das relações familiares. À medida que a tensão cresce, revelações chocantes e eventos sobrenaturais se desdobram, levando a um clímax angustiante que questiona a natureza da realidade.

2. “Midsommar” (2019)

“Midsommar” é um filme de terror psicológico e drama que segue o casal Dani (interpretada por Florence Pugh) e Christian (interpretado por Jack Reynor) durante uma viagem à Suécia para participar de um festival de verão.

O evento, inicialmente aparentando ser idílico, revela-se rapidamente como uma experiência perturbadora e ritualística. Assim, o filme aborda temas de relacionamentos disfuncionais, luto e a busca por pertencimento. A narrativa se desenrola em um ambiente de luz do dia constante, intensificando a atmosfera surreal e inquietante.

À medida que o casal se envolve mais nas tradições do festival, a linha entre o real e o sobrenatural se torna tênue, culminando em um clímax visualmente impressionante e emocionalmente impactante.

3. “Beau Tem Medo (2023)”

Após o falecimento inesperado de sua mãe, um homem de alma gentil encontra-se envolto em uma trama complexa de emoções e ansiedades. Atormentado por sua própria ansiedade, ele inicia uma jornada épica e Kafkaesca de regresso ao lar, onde cada passo desencadeia uma cascata de medos ocultos e revelações perturbadoras.

Enquanto enfrenta os demônios internos que emergem durante a jornada, o protagonista se vê imerso em uma odisseia psicológica intensa, onde a linha entre a realidade e o surreal se desvanece.

Quais são as principais temáticas exploradas nos filmes de Ari Aster?

Hereditariedade e Trauma Familiar

“Hereditário” mergulha nas complexidades das relações familiares, explorando a ideia de hereditariedade, traumas passados e como esses elementos moldam as vidas das gerações subsequentes. Desse modo, o filme examina como os segredos e as dinâmicas disfuncionais podem ter impactos duradouros.

Perda e Luto

Tanto em “Hereditário” quanto em “Midsommar”, Ari Aster aborda a perda e o processo de luto. Nesse sentido, os personagens são confrontados com tragédias pessoais, e os filmes exploram as maneiras pelas quais a dor pode afetar a psique humana, muitas vezes levando a eventos sobrenaturais e situações extremas.

Relacionamentos Disfuncionais

“Midsommar” concentra-se intensamente nos relacionamentos, especialmente no contexto de um casal que está à beira do colapso. Dessa maneira, o filme examina a dinâmica disfuncional entre os personagens principais, explorando temas de compromisso, codependência e a busca por conexões mais significativas.

Exploração de Ritualismo e Cultura

“Midsommar” leva os personagens para um festival na Suécia. Isso proporcionou a Aster a oportunidade de explorar temas relacionados a rituais, tradições culturais e a natureza muitas vezes desconcertante de práticas aparentemente inocentes.

Horror Psicológico e Sobrenatural

Ambos os filmes são caracterizados por elementos de horror psicológico e sobrenatural. Isso porque Aster utiliza a atmosfera, imagens vívidas e reviravoltas inesperadas para criar uma sensação de inquietação e desconforto. A partir daí ele vai além da convenções do gênero de terror.

Jornada Existencial e Desconstrução de Convenções

Ari Aster desafia as convenções tradicionais do cinema de terror, optando por narrativas complexas e desconcertantes. Nesse sentido, seus filmes muitas vezes envolvem jornadas existenciais, forçando os personagens (e o público) a confrontar questões profundas sobre a vida, a morte e a natureza humana.

Uma “mineirinha” formada em Letras, que ama escrever sobre literatura e redes sociais, trabalha com educação informal de jovens e adultos e produz artigos para sites e blogs.