Shifting é real? É perigoso? Veja o que diz a psicologia!

Shifting
Shifting - Reprodução

Ideias sobre viagens no tempo, realidades alternativas e universos paralelos são frequentemente exploradas na ficção científica, o que pode ter influenciado o “shifting” como uma prática para explorar tais conceitos na realidade.

Embora seja difícil identificar uma origem específica para a prática, é possível ver como uma combinação de influências culturais, espirituais e online pode ter contribuído para sua popularidade e disseminação através das redes sociais e fóruns da Internet.

Assustador para alguns e atrativo para outros, o Shifting ganhou popularidade em vídeos no TikTok e tem se espalhado pelas redes sociais brasileiras, preocupando pais e psicólogos. Mas, se você ainda não conhece bem o assunto, a gente te explica tudo o que se sabe a respeito, nos tópicos seguintes!

O que é Shifting?

O que é Shifting
O que é Shifting – Reprodução

A palavra “shifting” pode ser traduzida para o português como “mudança”, “alteração” ou “deslocamento”, dependendo do contexto em que é utilizada. No contexto de viagens espirituais e crenças alternativas, “shifting” se refere a uma prática na qual os participantes tentam mover sua consciência para uma realidade alternativa ou dimensão paralela, usando técnicas como visualização, meditação ou repetição de afirmações.

Essa prática é frequentemente associada à comunidade online de “Realidade Paralela” ou “Realidade Quântica”, onde os participantes compartilham experiências e estratégias para “shifting” de uma realidade para outra. Lá, algumas pessoas acreditam que ao realizar o “shifting”, podem viver uma vida completamente diferente, em um universo paralelo.

Como ele surgiu?

A prática do “shifting” na comunidade online de “Realidade Paralela” ou “Realidade Quântica” tem origens difíceis de rastrear precisamente, mas parece ter ganhado popularidade principalmente nas redes sociais e em fóruns online ao longo dos últimos anos.

Não há uma única origem ou ponto de partida claro para essa prática, mas é possível identificar algumas influências e tendências que podem ter contribuído para o seu surgimento:

  • Cultura da internet e fandoms: a cultura da Internet, especialmente em comunidades dedicadas a fandoms de séries de televisão, filmes, livros e videogames, envolve a criação de conteúdo imaginativo e a exploração de mundos fictícios. A prática do “shifting” pode ter sido influenciada por essas comunidades, onde os fãs se envolvem em discussões sobre realidades alternativas e universos ficcionais.
  • Esoterismo e espiritualidade online: comunidades online dedicadas à espiritualidade alternativa, metafísica e teorias da conspiração podem ter contribuído para a popularização da ideia de que é possível viajar entre realidades ou dimensões por meio de práticas como meditação, visualização e afirmações. Essas comunidades muitas vezes compartilham ideias sobre a natureza da realidade e exploram conceitos como universos paralelos e múltiplas linhas do tempo.
  • Popularidade das terapias holísticas e práticas de bem-estar: com o crescente interesse em terapias holísticas, bem-estar mental e práticas de autodesenvolvimento, as pessoas podem ter buscado no “shifting” uma forma de escapismo ou uma maneira de explorar aspectos diferentes de si mesmas.
  • Influência da cultura pop e da ficção científica: ideias sobre viagens no tempo, realidades alternativas e universos paralelos são muito exploradas na ficção científica, o que pode ter influenciado a concepção de “shifting” como uma prática para explorar tais conceitos na realidade.

O Shifting é real?

Shifting é real
Shifting é real? – Reprodução

A prática do “shifting” como descrita na comunidade online de “Realidade Paralela” ou “Realidade Quântica” não é reconhecida pela ciência convencional como uma forma válida de viajar entre realidades ou dimensões.

Na ciência convencional, não há evidências empíricas que sustentem a ideia de que os indivíduos podem conscientemente mover suas mentes para uma realidade paralela ou dimensão alternativa mediante técnicas como visualização, meditação ou repetição de afirmações.

É importante entender que o “shifting” é considerado pela ciência uma prática baseada na imaginação ou no escapismo, e é mais comumente encontrada em comunidades online de ficção, fandoms e espiritualidade alternativa.

Contudo, as pessoas que participam dessa prática não reconhecem que estão envolvidas em uma forma de exercício mental ou jogo de interpretação, e acreditam que estão realmente viajando para outra realidade.

Fazer Shifting é perigoso?

Em termos físicos, o “shifting” não é considerado perigoso, pois geralmente envolve práticas mentais, como visualização, meditação e afirmações, que não representam riscos físicos diretos para a saúde. No entanto, existem algumas considerações importantes a serem feitas:

  • Riscos para a saúde mental: participar de práticas de “shifting” pode levar a uma desconexão da realidade ou à negação de problemas reais. Isso pode afetar negativamente a saúde mental, especialmente se uma pessoa estiver usando o “shifting” como uma forma de escapar de problemas pessoais ou enfrentar questões não resolvidas.
  • Desconforto emocional: algumas pessoas relatam sentimentos de desconforto emocional ao tentar o “shifting”, especialmente se suas experiências não corresponderem às suas expectativas ou se se sentirem desorientadas ao retornar à realidade. Isso pode causar estresse, ansiedade ou confusão.
  • Desconexão social: participar intensamente da comunidade de “shifting” pode levar à desconexão social com amigos e familiares que não compartilham das mesmas crenças ou interesses. Isso pode levar a sentimentos de isolamento e solidão.
  • Potencial para confusão entre realidade e fantasia: existe o risco de que as pessoas que participam do “shifting” possam começar a confundir a realidade com a fantasia, especialmente se se envolverem profundamente na prática, sem manter um senso saudável de discernimento entre o mundo real e o imaginário.

É importante que as pessoas interessadas em praticar o “shifting” entendam esses riscos potenciais e estejam conscientes dos limites entre a realidade e a fantasia. Além disso, é recomendável buscarem apoio emocional e mental, se necessário, para garantir que estejam lidando com a prática de forma saudável e equilibrada.

O que a psicologia diz sobre o shifting?

O que a psicologia diz sobre o Shifting
O que a psicologia diz sobre o Shifting – Reprodução

Na psicologia, a prática do “shifting” é vista por meio de uma lente crítica. Os profissionais da área, muitas vezes, consideram o “shifting” como uma forma de escapismo ou fantasia que pode ter impactos negativos na saúde mental e no bem-estar emocional das pessoas envolvidas.

No entanto, é importante reconhecer que diferentes psicólogos podem ter opiniões variadas sobre o assunto, e nem todos concordam sobre os efeitos precisos do “shifting”. Assim, alguns dos pontos de vista da psicologia sobre o “shifting” incluem:

  • Escapismo e evitação: muitos psicólogos veem o “shifting” como uma forma de escapismo, onde as pessoas podem se envolver na prática como uma maneira de evitar lidar com problemas reais em suas vidas. Isso pode incluir dificuldades emocionais, problemas de relacionamento, estresse ou ansiedade.
  • Fantasia e realidade: a psicologia reconhece a importância da fantasia e da imaginação na vida das pessoas, mas também enfatiza a importância de manter uma conexão saudável com a realidade. O “shifting” pode representar um desafio para essa conexão, especialmente se as pessoas começarem a confundir a fantasia com a realidade ou se desconectarem de suas responsabilidades e relacionamentos no mundo real.
  • Efeitos na saúde mental: participar intensamente da prática do “shifting” pode ter impactos negativos na saúde mental, incluindo estresse, ansiedade, confusão emocional e desconexão social. Os psicólogos se preocupam com esses efeitos e encorajam as pessoas a buscar apoio emocional e psicológico, se estiverem enfrentando dificuldades relacionadas ao “shifting”.

Embora a psicologia não tenha uma posição unificada sobre o “shifting”, muitos profissionais na área veem a prática com ceticismo e preocupação, especialmente quando envolve uma desconexão da realidade ou uma evitação de problemas reais.

É importante que as pessoas interessadas no considerem essas perspectivas e busquem manter um equilíbrio saudável entre a fantasia e a realidade em suas vidas.

Uma “mineirinha” formada em Letras, que ama escrever sobre literatura e redes sociais, trabalha com educação informal de jovens e adultos e produz artigos para sites e blogs.