O que é jump scare? Entenda este recurso dos filmes de terror

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jump-scare - Reprodução

Se você é um fã de terror, provavelmente sabe o que é jump scare? Mas, mesmo quem não conhece o termo, já tomou um susto com o uso dessa técnica.

O recurso está presente em obras de terror e também de outros gêneros e seu uso é controverso. Alguns fãs adoram, enquanto outros pensam que se trata de um atalho preguiçoso para dar sustos no espectador.

Independentemente de quem está certo ou errado nessa discussão, é fato que o jump scare está totalmente integrado ao cinema e é difícil encontrar filmes em que o recurso não seja utilizado pelo menos uma vez.

Neste texto, você vai entender melhor o termo, ver alguns exemplos e conhecer um pouco de sua história. Acompanhe!

O que é jump scare?

Jump scare é um recurso cinematográfico usado para assustar o público ao promover uma ação repentina, que pode ser a aparição de uma criatura assustadora, a queda inesperada de um objeto fazendo barulho ou o aumento de volume da trilha sonora.

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O que é jump scare – Reprodução

Ao traduzir o termo do inglês para o português temos algo como “pular de susto”, o que representa muito bem a ideia.

O jump scare pode ser usado em qualquer momento de um filme e os diretores têm se desdobrado para fugir dos clichês e assustar o público de maneiras novas, sem que pareça um tipo de trapaça.

Mas é inegável que o recurso acelera o coração e é capaz de fazer as pessoas gritarem e pularem.

2 exemplos de Jump scare na saga Invocação do Mal

A saga Invocação do Mal é famosa pelos jump scares bem aplicados, principalmente nos dois primeiros filmes, que foram dirigidos por James Wan.

Para entender do que se trata o recurso, vamos nos lembrar de 2 momentos dessas obras.

O primeiro é uma cena de Invocação do Mal 1, em que a personagem Carolyn Perron está brincando de esconde-esconde com as filhas e acaba sendo levada ao porão.

Ao tentar iluminar o local com um fósforo, duas mãos surgem da escuridão atrás dela batendo palmas.

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Invocação do Mal – Reprodução

O momento é absolutamente inesperado e assustador.

O segundo momento é no filme Invocação do Mal 2, quando Lorraine Warren está naquela sala onde há o quadro sinistro da freira pintada por seu marido. A personagem acompanha uma sombra na parede que se posiciona atrás da pintura, então, de repente, a freira surge empurrando o próprio quadro em direção a Lorraine.

Esse é realmente um exemplo muito bom e dá arrepios só de lembrar.

Jump scare é um recurso que não funciona mais?

Embora esteja presente em quase todos os filmes de terror, muitas pessoas classificam o jump scare como um recurso batido e que não contribui para a história e desenvolvimento do filme, tendo o único objetivo de assustar, sem criar tensão ou um medo que perdure.

O motivo para essa crítica é que o recurso tem sido usado exaustivamente por algumas produções, e a verdade é que o jump scare se torna cansativo quando é muito explorado.

Entretanto, isso não quer dizer que ele não funcione mais. Tudo vai depender da criatividade dos produtores.

Os fãs parecem cansados daqueles jump scares que usam simplesmente a trilha sonora para assustar ou que um monstro surge de repente das sombras sem nenhum propósito.

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Jump Scare não funciona mais? – Reprodução

Outro exemplo clássico de mal uso é quando o filme sugere que há algum perigo próximo ao personagem, mas quando ele investiga acaba tomando um susto com algum animal ou uma pessoa conhecida que estava por ali.

Essa técnica é mais aceita quando inserida de forma harmoniosa na trama, dando a sensação de que aquilo realmente teria que acontecer. Um exemplo é substituir a trilha sonora pelos sons do ambiente ou criar uma situação baseada no cotidiano dos personagens.

O exemplo que citamos em Invocação do Mal 1 é perfeito, pois o filme já havia estabelecido que mãe e filhas tinham o hábito de brincar de esconde-esconde e bater palmas para dar uma pista de onde estavam escondidas.

Qual o primeiro filme com um jump scare?

Embora seja uma técnica popularizada nos filmes de terror, o primeiro jump scare surgiu em outro gênero. A obra conhecida por inaugurar a técnica é Cidadão Kane (1941), de Orson Welles.

A cena em questão mostra uma transição em que uma cacatua surge na tela de repente dando um grito estridente.

Até mesmo filmes de fantasia utilizam o recurso. Não posso deixar de me lembrar de um jump scare que marcou minha infância. No filme Harry Potter e a Câmara Secreta, Harry vai parar na Travessa do Tranco logo no início do filme após ter problemas com sua viagem para o Beco Diagonal.

O jovem bruxo está em uma loja e, curioso, começa a observar e mexer nos objetos. Em um momento, ele toca em uma estranha mão que está em um balcão e ela se fecha de repente.

O momento súbito, acompanhado pelo aumento da trilha sonora, cria um jump scare perfeito.

Gosto dessa cena porque mesmo após assistir ao filme diversas vezes e estar esperando por este momento, ele ainda consegue me assustar.

Qual o primeiro filme de terror com jumpscare?

O primeiro filme de terror a ter um jumpscare foi Sangue de Pantera” (1942), dirigido por Jacques Tourneur e com produção de Val Lewton.

A icônica cena começa com uma personagem sendo perseguida por uma figura estranha em uma rua deserta durante a noite. A situação gera muita tensão e é coroada com a chegada inesperada e repentina de um ônibus. Aquele tipo de susto que faz a gente dar um pulinho na cadeira.

O que é jump scare no mundo dos games?

O jump scare não se limita aos filmes de terror. O recurso também é amplamente utilizado no mundo dos games e talvez até tenha uma aceitação melhor nesse ambiente.

A forma de aplicação é a mesma: aumento da trilha sonora, monstros surgindo de repente e objetos caindo com um barulho absurdo.

Agora que você já sabe o que é jump scare, leia este divertido artigo sobre Amigo Imaginário.

Sou formado em Letras portuguê/inglês e sempre tive a escrita como minha grande paixão. Já escrevi diversos contos, crônicas e romances e sonho em me tornar um escritor reconhecido. Encontrei na profissão de redator uma forma de me aproximar ainda mais da escrita e aprimorar minhas habilidades. Estou trabalhando exclusivamente como freelancer há 4 anos e já escrevi textos sobre os mais diversos assuntos para sites variados. Também trabalho como professor de português para estrangeiros e tradutor.